UMA ETERNIDADE PARA NÓS DOIS - TRECHO

"Se era chuva ou suor que molhava-nos naquela noite, eu nunca tive certeza, mas a intensidade de cada toque quando te abracei naquela rua, ah isto sim eu lembrava. Éramos eremitas numa terra esquisita, onde apenas nossos corpos encaixados um noutro, parecia estar certo. Eu poderia te amar, se estivesse com meu coração aqui, mas a verdade é que ele se doou à tua existência. A compatibilidade dele ao teu, te fez viver. Onde estiveres, estarei contigo literalmente, bem dentro de você, bem dentro do teu peito. Adeus ou até logo amor."

Declaração sem fim "Uma eternidade para nós dois"

(Um trecho do romance em fase de desenvolvimento; do escritor Ronaldo Santos.)

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CALANDO OS GRITOS DA MENTE

06:10:00





Existem gritos em minha mente e eu poderia até vê-los se não estivesse tão cego com as coisas ao meu redor. Um dia gritei para que eles parassem e deu certo, pararam... por alguns minutos é claro. Eu simplesmente não consigo por um fim nesta minha perturbação e dor. Meus ouvidos sangram e já se encontram desgastados e fracos. Já parei de ouvir as pessoas há algum tempo, e já não as entendo como antes. Tudo gira ao torno da minha mente agora. O mundo me olha incompreendido e preconceituoso, dizem que estou louco. Mas de fato, não pareço normal. Quem mais ouve gritos na mente? Quem mais sangra os ouvidos? À noite, quando todos se calam é quando os gritos aumentam. O silêncio cessou quando eu tinha 18 anos e tive um sonho perturbador, onde minha boca atravessa meu corpo indo até meus ouvidos e começava a gritar, mas era um grito de angústia. Eu não entendia porque estava tão amargurado, mas era uma dor forte dentro do meu peito que me fazia gritar, gemer e até arrancar as orelhas da cabeça. Acordei e já era noite. Os gritos já os ouvia de longe e com o decorrer do tempo eles foram ficando mais pertos. Até que cheguei ao estado atual. Deixei minha família aos 20 anos; Eles já não tinham ideia do que fazer comigo ou como me curar. Passaram por vários especialistas e a resposta era a mesma: Perturbação mental. Hoje estou sozinho e em precárias condições higiênicas, isolado do mundo e expulsado do universo. Sou como cuspe no esgoto e lama na calçada no inverno.  Hoje sou um mendigo, jogado às pontes, aos becos e ruas escuras. Sendo expulso de todos os lugares me transformei no próprio grito. Surdo e mudo, agora sou o silêncio gritante da minha alma. Eu poderia ser normal, mas percebi que minha alma morreu naquele pesadelo, não sei o que houve, ou por que motivo ela teria para tal. Sou apenas corpo e mente. Entendi o porque dos gritos, entendi o porque do sangue. Eu tinha a alma perdida, e o que me restava eram apenas feridas.



Ronaldo Santos
Imegem: André Luiz Sens


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