Guerra à liberdade
11:02:00Ouço sons que batem a porta
Gritos de suaves derrotas
De lutas inacabadas, guerras à liberdade
São ventos no assoalho
Balançam as lamparinas que se apagam.
Sempre estivemos a brigar pelo inalcançável...
a liberdade.
Nunca fomos livres!
Somos movidos e controlados por algo
De maneira que agimos pelo que fora imposto em nossas mentes...
o poder, a natureza, a razão, o amor.
É como um chip que nos ilude a liberdade nas ações
Por várias épocas lutei em batalhas sem sentido
Batalhas por coisas alusivas...
Que nunca seriam do nosso controle
Percebi que éramos apenas peças do xadrez
Movidos, jogados a Mercer da simples cadeia da vida
Mas hoje encontro-me deitado na lama
Está tudo escuro e apenas vejo minha alma
Ela está triste, corrupta ao acaso e desamparada
Os guerreiros se foram
Morros agora caem em minha cabeça
Do que serviu minha vida?
Me apontam a derrota
Me dizem fracassado
Morte que abandonara-me à solidão
Rir da minha existência, rir do meu coração
A paz virou papel manchado
A luz passou longe
Pássaros já não cantam aqui
Me olham e segue uma estação distante
E neste mundo preto e branco
Levo sem liberdade o que restou...
Levo meus pedaços
Do mundo que despedaçou.
Ronaldo Santos
Pintura: Autor desconhecido
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